O reconhecimento da dança e seus significados
Por, Letícia Silva
Desde o surgimento desse estilo, ocorrem mudanças e crescimento de novas
características, diante disso o documentário Da Rua Ao Mundo: Break Pra Todos
aparece para reforçar seus conceitos.
Da Rua ao Mundo: Break para Todos |
Lançado no YouTube em junho de 2015, o documentário Da Rua Ao
Mundo: Break Pra Todos, realizado pela Prisma Produções expõe a história e
experiências do HipHop no Brasil, analisando o aumento do reconhecimento e as
consequências sofridas devido ao sucesso. Abordando de forma contextualizada,
com entrevistas e cenas de filmes torna-se claro as diferenças e semelhanças
entre outros estilos e o HipHop, junto com as ideias de transição da dança de
rua e seus ensinamentos adquiridos com o tempo.
“Cultura HipHop começa nos anos 70 com
o DJ Kooh Herc, Dj imigrande Jamaica, que chega no Bronks, e tras uma pratica
que práticava que é o Sound System”, fala de inicio de MarcelinhoBack Spin, pioneiro do HipHop na São Bento.
A relação entre os diversos estilos e misturas ocasionaram a criação
da B-Boy, que ao decorrer do crescimento ganhou muitos elementos de
outras danças, como o sapateado americano, experiências internacionais
acarretando também mais conhecimentos e à criação de novos passos. Assim, é
possível identificar que outros estilos atuais estão compostos por essa
diversidade, levando em consideração que ao longo dos tempos ocorreram uniões
de outros gêneros.
Ainda com forma cronológica, os entrevistados vão explicando seus
pensamentos de forma coloquial, permitindo que o telespectador se conecte com
eles e se sintam integrados como se estivessem conversando pessoalmente, longe
de uma entrevista maçante em formato clássico.
(Parte de vídeo retirado do documentário)
Assim, de forma divertida e acessível
a obra permite uma construção de melhor entendimento mostrando as cenas de
clipes e grupos dançando na rua. Além de levar em consideração as imagens os
áudios têm grande importância visão que estão de acordo com o conteúdo apresentado
para melhor entendimento, por parte da dança quanto das músicas que eram
colocadas. " A dança na minha vida é um estilo de vida, eu respiro isso, música, corpo, sensação , tudo para mim é que eu faço.", disse Marcelinho no documentário. Da Mesma maneira, a professora de dança Mariana Franco Couto, entrevistada recentemente, acredita que a dança é algo mágico, gratificante. "Ela (a dança), te faz jogar para fora toda essa tenção acumulada e quando termina vem aquela sensação de dever cumprido. Os dias de ensaios, os machucados, os treinos, as festadas trocadas por ensaios... É gratificante. A gratidão emociona."
Levando em consideração o mundo da dança e seus princípios, relacionando
a mente e o grupo, dançarina há anos diz: “Dança é doutrina. No meu caso como danço em grupo, acho que o principal
é você servir de motivação pros seus companheiros, gerar confiança, porque em
uma coreografia um depende do outro. ”
(Foto: Divulgação/Redes Sociais) |
A obra além do conhecimento traz uma reflexão: mostrando que se por um lado se tem as emoções causadas pela dança por outro ainda tem a luta sobre culturas. Ao mesmo tempo que os dançarinos se sentem felizes, buscam melhorias para ser tornarem realizados e ainda se libertam por meio da dança, os mesmos sofrem dificuldades com o preconceito e falta de conhecimento sobre a dança, como no caso da personagem Nina, que não tinha o apoio de seu pai em relação ao Break.
(Parte de vídeo retirado do documentário)
Relato do entrevistado referente a preconceito sobre dançarina de HipHop
Por
fim, a obra representa diversas visões e experiências durante a trajetória desde
o surgimento até atualidade, trazendo de forma clara e dinâmica princípios e
características necessárias para entendimento por parte de quem assiste.
Carregando grande responsabilidade ao conectar cultura, diversidade, dança e
preconceito o documentário cumpre e transmite muito mais que o esperado mesmo
sem toda edição Hollywoodiana, uma vez que, se o intuito era mostrar o
crescimento e as experiências diante de todos os relatos a meta foi concluída
de forma ética e satisfatória.
Além da dança: modo
de expressão, conhecimento e mudanças
Coreografias,
passos e movimentos são elementos que compõem uma apresentação, mas
profundamente vai muito mais do que isso. Além da experiência e emoções aqueles
que dançam, independente do estilo, promovem uma expressão conseguindo
demonstrar suas felicidades, insatisfações ou seus anseios.
Thiago Wittner, que já participou de diversas
apresentações de dança, após sua mãe o inscrever em uma academia de dança aos
oito anos, acredita que através da dança obteve uma mudança em sua vida.
"Sempre fui tímido e introvertido, com a dança além de poder explorar a
minha auto expressão, pude desenvolver melhor os aspectos cognitivos, motores e
psicomotores. Sem conta também da parte social cujo comecei a interagir melhor,
fortaleci minha comunicação, meu senso crítico e a desenvoltura do corpo",
ele conta.
Com apresentação marcada, Wittner garante que o alívio e a sensação de conforto em saber que conseguiu passar o que queria são os pontos vistos após as apresentações. Também fala sobre a gratidão em relação a reação do público. “É gratificante saber que as palmas e que os assobios foram inspirados no que você apresentou e não no que se é padrão ou tradicional, subir num palco e convencer a plateia de que o que se está sendo feito é muito mais que uma coreografia e conseguir é muito mais que uma honra” afirma.
Assim, ao procurar formas de libertação e reconhecimento a dança aparece para quebrar as expectativas e mostrar que existe muito mais que simples passos: existem histórias, desafios, superações que para muitos precisam ser alcançados e de forma emocionante encontro seus ótimos resultados em apresentações.
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